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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2017

O Parlamento (de Poesia Viva)

              Parlamento Temos um Parlamento hábil a copiar, Decretos e leis feitas, em País estranho, Para a elas os Portugueses sujeitar, Como se eles fossem apenas um rebanho. Copia-se um mau código penal, E uma lei do aborto bem pior, Mas a lei da segurança social, Não se copia porque é melhor. Copiam-se salários de governantes, Porque para eles é conveniente, Copiam-se hábitos aberrantes, E ignora-se o que é excelente. Se as leis pelas quais nos regemos, São em parte do exterior importadas, Deputados, para que os queremos, São despesas escusadas. Se um deputado pode espezinhar, O direito e a moral de quem o elegeu, Também ao eleitor assiste reclamar, E retirar a confiança que lhe deu. Precisa-se de um Parlamento activo, Trabalhador e de espírito novo, E não de um Parlamento decorativo, Que ignora os anseios do seu povo. No Parlamento, em vez de respeit...

A Autoridade (de Poesia viva)

          A Autoridade Não pretendo maldizer ou criticar, O trabalho dos agentes da autoridade, Mas sim á lei, que os limita no actuar, Pois julgo que o sinto como verdade. Vive-se uma crise de autoridade, A começar pelos Pais sem coragem, Passando por um Estado em debilidade, Que permite ou tolera a malandragem. A autoridade não se furta aos deveres, Mas a lei é ambígua e inoperante, Ao retirar-lhe muitos dos seus poderes, E a remeter-lhe um papel irrelevante. As forças de segurança foram criadas, Para proteger o cidadão e seu haveres, Mas vemos que estão a ser desviadas, Para proteger aquele que tem poderes. Que justiça, na lei imposta por Lisboa, Ao classificar de intocável e imune, Gente a quem tudo desculpa e perdoa, Enquanto a outros tudo exige, e pune? A insegurança que galopa dia a dia, Põe o Mundo á beira da decadência, Porque é medíocre quem a justiça guia, Tem má fé ou falta de competência. ...

Liberdade? (de Poesia Viva)

            Liberdade........? Em nome da liberdade se ofende, E se atropelam elementares direitos, A honestidade e moral se repreende, Como se hoje fossem defeitos. Usa-se e abusa-se da liberdade, Como se tudo se permitisse, E até se combate a verdade, Como se defende-la  fosse tolice. Assiste-se ao desmoronar da sociedade, E não há ninguém para a levantar, Por ser grande o excesso de liberdade, De que muitos se estão a aproveitar. A liberdade não serve para desculpar, Crimes e violações de toda a ordem, Nem com ela se podem justificar, Aqueles que enveredam pela desordem. Apregoa-se a liberdade como direito, Para em seu nome roubar e ofender, Esquecendo-se a razão e o respeito, Que toda a gente deve merecer. Não se pode confundir, Liberdade com libertinagem, Nem em seu nome encobrir, O crime e a malandragem. Sei que é devido á liberdade, O direito que tenh...

Comparativo

Comparativo Noutros tempos a gente confiava, As casas à segurança da aldrava, E não temia ser assaltada: Hoje nem a melhor fechadura, É bastante forte e segura, Que não possa ser arrombada. Ontem havia quem se entregasse, À terra e nela trabalhasse, Por uma pequena soldada: Hoje não há quem dê jeira, E muito menos quem queira, A terra ainda que dada. Ontem amanhava-se a terra E por ela se fazia guerra. Tal era a necessidade: Hoje a terra está abandonada, Não compensa ser cultivada E as gentes vão p’rá cidade. Trabalhava-se duro o dia inteiro, Por pouco pão ou dinheiro, E muitos passavam fome: Hoje quem do trabalho se alheia, Vive bem e de barriga cheia, Mas sem merecer o que come. Os rios tinham água pura, Que até para beber era segura, Não se falava em poluição: Hoje a água que neles corre, È poluída, o peixe morre E caminha para a extinção. Os alimentos tinham fonte natural; Não se falava em produção industrial E o povo cultivava o que comia: ...

Futuro azedo (de Poesia Viva)

                    Futuro azedo Olho a terra e vejo que está doente, Maltratada, desprezada e poluída, Pelo homem que de modo consciente, Cada dia lhe acrescenta uma ferida. Esta terra maravilhosa e sagrada, Já não é o paraíso que antes era, Pois está a ser profanada, violada, E espoliada da perfeição que já tivera. O equilíbrio biológico está a ruir, E em risco a manutenção da vida, Porque contra isso está a colidir, A via que pelo homem foi escolhida. A floresta continua a ser queimada, E diminui a qualidade do nosso ar, A água de muitos rios é envenenada, E esse veneno caminha até ao mar. É triste ver os peixes em agonia, Na água quase em decomposição, E ver quanto é tímida e tardia, A há muito anunciada despoluição. Despejam-se na água, impunemente, Esgotos e todo o tipo de detritos, Sem que a lei puna firmemente, Aqueles que cometem tais delitos. Com os regatos e rios...

Que homem é este? (De Poesia viva)

                                   Que Homem é este?  O homem, egoísta e de poder sedento, A mim, em particular me desilude, Quando gasta mais em armamento, Do que em educação ou saúde. Ao produzir tanto armamento, O homem está a alterar o seu destino, Está a ser causa de sofrimento, E a tornar-se de si próprio o assassino. O homem tem sempre dinheiro, Ás centenas, milhares ou milhões, Para se armar em guerreiro, E exibir os tanques ou os canhões. O homem fala e diz querer a paz, Mas procede com leviandade, Qual animal esfomeado e voraz, Levando a guerra á humanidade. O homem, criou o dia da mulher, Talvez para lhe prestar um favor, Mas a quantas não faz sofrer, Em antros de miséria e de dor? O homem não satisfeito com milhões, Que retira aquele que explora: Quando lhe dá míseros tostões, Será digno do nome que arvora? E esse hom...

O Soito, seus cantos e recantos de Poesia Viva

O Soito, seus Santos e recantos Ao entrar na estrada municipal, E vencida a pequena subida, Surgem planos os campos de cereal, Como sustento e fonte de vida. São retalhos variados e verdejantes, Que alternam com giestas e pinhos, Para encanto e prazer dos viajantes, Escolham eles a estrada ou os caminhos. Vemos á esquerda acabada de fazer, A monumental  praça desportiva, Onde a cultura o espectáculo e o lazer, Darão mais qualidade á nossa vida. Á entrada, Fátima do lado direito, E mais ao fundo o Padre Miguel, Misterioso e como santo eleito, Por muita gente que lhe é fiel. Esquecido, um cruzeiro logo ao lado, Lembra a historia de João Namores, Morto ás garras de lobo esfaimado, Quando ia ver, a Vila Boa, os seus amores. Aqui tem a Senhora de Fátima, aberto, Para acolher seus filhos, o regaço, E nas Eiras, Cristo  Rei desperto, Estende a todo o Soito o seu abraço. Fátima, é ainda  nome de avenida, Que nos...

A cidade e a minha aldeia (de Poesia viva)

                   A cidade, a minha aldeia...   e as                                   diferenças A vida na cidade é estonteante, E pesada no agitado da vivência: Na aldeia o ambiente é repousante, E dá paz e leveza á existência. Na cidade a gente cruza-se indiferente, E comporta-se como maquina programada, Mas na aldeia o cidadão é amável e quente, E a vida social é mais humanizada. Na cidade as árvores são os grandes edifícios, Naturezas brutas, nuas, adormecidas, Mas na aldeia temos todos os benefícios, De ter viva a natureza, e as árvores ver vestidas.                              Nas r...